
Esse é um texto diferente aqui no blog, foi escrito pelo meu colega Marcos Okuda:
Aquele que é amaldiçoado e ou detestado. Esta é a tradução da palavra “anathema” que melhor contextualiza esta banda inglesa, que lançou seu primeiro single, “They Die”, em 1992. Procuro não categorizar estilos, mas o que mais se aproxima desta é o “doom metal”, até o EP “Pentecost III”, de 1995. Os vocais guturais e letras melancólicas transmitem sentimento de perdição, desespero e arrependimento, ou seja, bastante “doom”.
Ainda neste ano, ocorre troca de vocalistas e uma fase de transição começa. No álbum “The Silent Enigma”, o guitarrista Vincent Cavanagh assume os vocais. Vozes guturais já não predominam e o som é menos pesado, mas a proposta “doom” continua. Os álbuns que seguem são obras-primas. O Anathema de hoje tem muito menos peso, e é uma mistura de “doom” com progressivo. Na minha opinião, melhorou. E parece mesmo que a preferência da banda não é mais a música pesada. Os dois últimos álbuns (“A Natural Disaster”, 2003; e “Hindsight”, 2008) demonstram isso, apesar do último ser acústico.
Conheci o Anathema por acidente. Escutei a música “Eternity Part III” versão acústica, mas o arquivo tinha como autor a banda Savatage. A música é sensacional, mas não a encontrava no repertório do Savatage, que pouco conhecia na época. Acabei encontrando os verdadeiros autores e logo adquiri o álbum “Eternity”, de 1996.
As músicas de “Hindsight” são, assim como o significado desta palavra, uma releitura de obras anteriores, ou como elas deveriam ter sido. Tudo a ver com o conceito desta banda.